petrus
Membro Ativo
Volto à carga com mais um report de uma região ainda pouco divulgada cá no burgo, mas com muito para oferecer, além de que é pertinho de Portugal e não existem quaisquer burocracias como passaportes, vistos… será apresentado por tópicos, com uma ou outra foto (poucas que não tenho perfil e esqueço-me pois prefiro guardar mentalmente):
Notas prévias:
Um report corresponde à visão de quem o elabora e vive. Nem tudo está certo ou errado e as perceções são algo de muito pessoal e variável;
Lembro ainda que se optou por ir ainda fora da época alta (que na Sardenha começa no meio de Julho) pelo que a azáfama ainda não era grande e até muitos serviços, como bares de praia, estavam ainda fechados. Em contrapartida, ainda não há enchentes, problemas em estacionar, visitar monumentos, colocar a toalha e por aí adiante…
Viagem:
Optou-se pelo pacote da agência por uma mera questão de comodidade e como o objetivo era visitar apenas uma parte da ilha (neste caso o Sul, pois a ilha é enorme) foi a melhor opção, mesmo que por nossa conta possa dar para poupar alguma coisa, embora implique sempre transfers pois não há voos diretos, tirando os charters…
A companhia aérea é má, sem eufemismos. Trata-se de uma companhia charter búlgara, fretada pela Soltour, com um vetusto Mc Donnel Douglas MD 80. Atrasos significativos em ambos os voos e uma mala muito maltratada no regresso. Situação ainda não resolvida porque a companhia não tem representação em Portugal. Algo a rever.
Hotel:
Situação sempre algo complexa de resolver, sobretudo quando escasseia a informação. Optámos pelo Setar essencialmente por 2 motivos: preço (o mais barato do folheto) e localização (próximo de Cagliari). Claro que há muito melhor, mas o preço sobe em consonância. Ainda se pensou na alternativa Tanka Village (o mais concorrido pelos portugueses) que é um bocado mais carote mas tem tudo incluído e está perto da praia, mas pareceu-nos demasiado isolado (algo que se confirmou quando fomos visitar a ilha). Fiquei com a impressão de ser mais do tipo resort, como Caraíbas…
De momento, para justificar as 4 estrelas, o Setar necessita de obras urgentes, mas tem várias coisas que aprecio, caso da piscina grande e funda, quartos com varanda, cofre sem custo, frigo-bar, parque de estacionamento enorme... Não é muito adequado para crianças e a animação só começa, segundo disseram, a partir do meado do mês quando a capacidade do mesmo deve ser explorada em pleno (não devia estar sequer meio).
Não tem praia (embora o mar seja a 200 ou 300 metros) e a mais próxima é a urbana de Poetto (tem uns 6 ou 7 km’s de comprimento e é razoável). Tem um supermercado ao lado (muito útil para comprar fruta, bebidas, sandes…) uma paragem de autocarro que nos leva direitinho ao centro (bilhetes custam apenas 1,30 se comprados antecipadamente) e a 500 metros tem restaurante, pizzeria, gelataria e um supermercado! Tem ainda um posto de gasolina (Esso) com das bombas menos caras da ilha! Já agora, a variação de preços é enorme!
Numa escala de 1 a 10 fica com 6.
Como se deslocar:
Uma vez mais, depende muito dos gostos, interesses e motivações. Nós usámos o autocarro duas vezes, mas em grande parte dos dias alugámos carro (prefiro duas rodas, mas a ilha é muito extensa). O autocarro deixa-nos mesmo no centro de Cagliari (ao lado da estação de comboios) e tem vários rent-a-car. Visitámos apenas 3 e a nossa opção recaiu no preço intermédio (perto de 40€/dia). Um custava um bocado menos, mas implicava um limite diário de 120 km’s o que é francamente pouco! Lembro ainda que eles são piores a conduzir que nós e pouco respeitam semáforos, passadeiras, traços contínuos… então os “escurinhos” ainda são piores! Curiosamente, pouco se buzina e quase ninguém sabe o que são piscas!
Em 4 dias fizemos quase 1000 km’s no simpático Fiat 500 que nos foi entregue com menos de 2000 km’s! Tinha uma cláusula estranha: se o carro vier muito sujo é-nos cobrada uma taxa de 25 euros! Assim, antes de o entregar, fomos a Quartu Sant’Elena tratar de o lavar e aspirar que estava mesmo sujo!
O que visitar, para além das praias:
Como de costume, os gostos de cada um são quem mais ordena!
Este link é uma boa ajuda: Sardenha, Itália
Cagliari pode dar perfeitamente para um dia inteiro e, melhor ainda, dá para fazer tudo a pé, exceto o castelo (nada de especial) que fica mais longe. Entre torres (visitámos apenas a do elefante a de S. Pancrácio é mais ou menos igual), criptas, museus, anfiteatro, igrejas, jardim botânico, lojas, gelatarias, bares… pode perfeitamente ser um dia muito bem passado.
Ali pertinho fica Quartu Sant’Elena que tem um centro comercial (mulheres…) e também um híper da cadeia Carrefour. Merece visita… ou não!
No resto da ilha há muitos outros museus e vestígios arqueológicos, grutas, mas chamo a vossa atenção apenas para dois: ruínas arqueológicas de Nora (que é uma visita interessante, mas demorada e algo cara) e tem uma praia fantástica mesmo ao lado (opção da patroa) e em Iglesias uma exploração antiga de mármore. A foto não faz justiça ao lugar. De veleiro é certamente muito mais brutal! Ambas as visitas não são interessantes para crianças.
Vista da Torre do Elefante:
Antiga exploração de mármore:
Praias:
Como disse logo no início, a nossa opção foi o Sul da ilha, mesmo sabendo que as praias mais badaladas são a Norte. Confirmo que havia algum vento (num ou 2 momentos mesmo desagradável) e a temperatura da água (tirando o primeiro dia que estava excecional) era ainda “apenas” aceitável (22º a 23º), mas vai subir mais certamente. Disseram que no “pino” do verão chega aos 25 e 26 graus! Para mim que não sou friorento estava bom assim!
Considerando apenas o Sul da Ilha, o mapa que segue junto é uma ajuda. Cagliari fica a meio: para a direita temos Villasimius, Praia Rei e uma série delas até chegar às bandas de Arbatax. Daí para cima não fomos mais, mas as praias começaram a ser menos interessantes, ainda mais ventosas e até com areia muito escura… Para o lado esquerdo de Caglari (Sudoeste) estão para nós as melhores!
Praia Rei tem um areal enorme. É uma localidade cara e escassa em estacionamento, mas merece paragem, tal como algumas pequenas praias e enseadas que se encontram pelo caminho, incluindo um desvio a Capo Carbonara:
Para Sudoeste a sucessão de praias é uma coisa brutal: Pula, Nora (a tal das ruínas), Teulada (brutal), Sant’Antioco é só escolher, mas atenção! A estrada é estreita e até perigosa! Muito cuidado na condução e sobre a forma como eles conduzem já disse o que tinha a dizer!
Noutro dia fomos mais para norte e chegámos até Oristano onde as praias já são menos interessantes, com muita ondulação e até perigosas! Direi até que foi quase uma perda de tempo, não fora as paisagens fantásticas e um “tasco” onde almoçámos maravilhosamente e desenferrujei o meu pouco italiano (ali nem uma palavra de Inglês)! Além disso foi baratíssimo e o homem ainda nos ofereceu fruta para levar! Já agora, é vulgar encontrar na ilha vendedores de fruta, legumes… bem à beira da estrada e com preços simpáticos, bem como queijos maravilhosos!
Nora para as bandas das ruínas (parque de estacionamento caríssimo, tipo 1,5€/hora):
Pula (conseguimos estacionar sem pagar):
Não me vou alongar mais. A Sardenha foi algo diferente. Não tem, quanto a mim, a beleza das praias de Menorca, mas tem uma vida diferente e uma história extraordinária que merece ser conhecida! Além disso não está ainda muito explorada e para aceder a muitas praias ter um veículo TT daria imenso jeito algo que num Fiat 500 é impensável!
Relembro que as distâncias são mesmo grandes (e nem todas as estradas são boas, mas tem algumas AE e sem portagens), há bastante controlo policial (fomos mandados parar uma vez) e que o custo de vida é algo superior ao nosso (num restaurante, sem exageros, facilmente se pagam 40 ou 50 euros, incluindo a taxa de serviço de cerca de 10%), mas vale bem a visita.
Tudo somado, de 0 a 10 dou um 7! O Norte da ilha pode ser que fique para a próxima, mas esta valeu a pena e enriqueceu a nossa cultura de viajantes! Se tiverem oportunidade é um destino que vale a pena!
Notas prévias:
Um report corresponde à visão de quem o elabora e vive. Nem tudo está certo ou errado e as perceções são algo de muito pessoal e variável;
Lembro ainda que se optou por ir ainda fora da época alta (que na Sardenha começa no meio de Julho) pelo que a azáfama ainda não era grande e até muitos serviços, como bares de praia, estavam ainda fechados. Em contrapartida, ainda não há enchentes, problemas em estacionar, visitar monumentos, colocar a toalha e por aí adiante…
Viagem:
Optou-se pelo pacote da agência por uma mera questão de comodidade e como o objetivo era visitar apenas uma parte da ilha (neste caso o Sul, pois a ilha é enorme) foi a melhor opção, mesmo que por nossa conta possa dar para poupar alguma coisa, embora implique sempre transfers pois não há voos diretos, tirando os charters…
A companhia aérea é má, sem eufemismos. Trata-se de uma companhia charter búlgara, fretada pela Soltour, com um vetusto Mc Donnel Douglas MD 80. Atrasos significativos em ambos os voos e uma mala muito maltratada no regresso. Situação ainda não resolvida porque a companhia não tem representação em Portugal. Algo a rever.
Hotel:
Situação sempre algo complexa de resolver, sobretudo quando escasseia a informação. Optámos pelo Setar essencialmente por 2 motivos: preço (o mais barato do folheto) e localização (próximo de Cagliari). Claro que há muito melhor, mas o preço sobe em consonância. Ainda se pensou na alternativa Tanka Village (o mais concorrido pelos portugueses) que é um bocado mais carote mas tem tudo incluído e está perto da praia, mas pareceu-nos demasiado isolado (algo que se confirmou quando fomos visitar a ilha). Fiquei com a impressão de ser mais do tipo resort, como Caraíbas…
De momento, para justificar as 4 estrelas, o Setar necessita de obras urgentes, mas tem várias coisas que aprecio, caso da piscina grande e funda, quartos com varanda, cofre sem custo, frigo-bar, parque de estacionamento enorme... Não é muito adequado para crianças e a animação só começa, segundo disseram, a partir do meado do mês quando a capacidade do mesmo deve ser explorada em pleno (não devia estar sequer meio).
Não tem praia (embora o mar seja a 200 ou 300 metros) e a mais próxima é a urbana de Poetto (tem uns 6 ou 7 km’s de comprimento e é razoável). Tem um supermercado ao lado (muito útil para comprar fruta, bebidas, sandes…) uma paragem de autocarro que nos leva direitinho ao centro (bilhetes custam apenas 1,30 se comprados antecipadamente) e a 500 metros tem restaurante, pizzeria, gelataria e um supermercado! Tem ainda um posto de gasolina (Esso) com das bombas menos caras da ilha! Já agora, a variação de preços é enorme!
Numa escala de 1 a 10 fica com 6.
Como se deslocar:
Uma vez mais, depende muito dos gostos, interesses e motivações. Nós usámos o autocarro duas vezes, mas em grande parte dos dias alugámos carro (prefiro duas rodas, mas a ilha é muito extensa). O autocarro deixa-nos mesmo no centro de Cagliari (ao lado da estação de comboios) e tem vários rent-a-car. Visitámos apenas 3 e a nossa opção recaiu no preço intermédio (perto de 40€/dia). Um custava um bocado menos, mas implicava um limite diário de 120 km’s o que é francamente pouco! Lembro ainda que eles são piores a conduzir que nós e pouco respeitam semáforos, passadeiras, traços contínuos… então os “escurinhos” ainda são piores! Curiosamente, pouco se buzina e quase ninguém sabe o que são piscas!
Em 4 dias fizemos quase 1000 km’s no simpático Fiat 500 que nos foi entregue com menos de 2000 km’s! Tinha uma cláusula estranha: se o carro vier muito sujo é-nos cobrada uma taxa de 25 euros! Assim, antes de o entregar, fomos a Quartu Sant’Elena tratar de o lavar e aspirar que estava mesmo sujo!
O que visitar, para além das praias:
Como de costume, os gostos de cada um são quem mais ordena!
Este link é uma boa ajuda: Sardenha, Itália
Cagliari pode dar perfeitamente para um dia inteiro e, melhor ainda, dá para fazer tudo a pé, exceto o castelo (nada de especial) que fica mais longe. Entre torres (visitámos apenas a do elefante a de S. Pancrácio é mais ou menos igual), criptas, museus, anfiteatro, igrejas, jardim botânico, lojas, gelatarias, bares… pode perfeitamente ser um dia muito bem passado.
Ali pertinho fica Quartu Sant’Elena que tem um centro comercial (mulheres…) e também um híper da cadeia Carrefour. Merece visita… ou não!
No resto da ilha há muitos outros museus e vestígios arqueológicos, grutas, mas chamo a vossa atenção apenas para dois: ruínas arqueológicas de Nora (que é uma visita interessante, mas demorada e algo cara) e tem uma praia fantástica mesmo ao lado (opção da patroa) e em Iglesias uma exploração antiga de mármore. A foto não faz justiça ao lugar. De veleiro é certamente muito mais brutal! Ambas as visitas não são interessantes para crianças.
Vista da Torre do Elefante:
Antiga exploração de mármore:
Praias:
Como disse logo no início, a nossa opção foi o Sul da ilha, mesmo sabendo que as praias mais badaladas são a Norte. Confirmo que havia algum vento (num ou 2 momentos mesmo desagradável) e a temperatura da água (tirando o primeiro dia que estava excecional) era ainda “apenas” aceitável (22º a 23º), mas vai subir mais certamente. Disseram que no “pino” do verão chega aos 25 e 26 graus! Para mim que não sou friorento estava bom assim!
Considerando apenas o Sul da Ilha, o mapa que segue junto é uma ajuda. Cagliari fica a meio: para a direita temos Villasimius, Praia Rei e uma série delas até chegar às bandas de Arbatax. Daí para cima não fomos mais, mas as praias começaram a ser menos interessantes, ainda mais ventosas e até com areia muito escura… Para o lado esquerdo de Caglari (Sudoeste) estão para nós as melhores!
Praia Rei tem um areal enorme. É uma localidade cara e escassa em estacionamento, mas merece paragem, tal como algumas pequenas praias e enseadas que se encontram pelo caminho, incluindo um desvio a Capo Carbonara:
Para Sudoeste a sucessão de praias é uma coisa brutal: Pula, Nora (a tal das ruínas), Teulada (brutal), Sant’Antioco é só escolher, mas atenção! A estrada é estreita e até perigosa! Muito cuidado na condução e sobre a forma como eles conduzem já disse o que tinha a dizer!
Noutro dia fomos mais para norte e chegámos até Oristano onde as praias já são menos interessantes, com muita ondulação e até perigosas! Direi até que foi quase uma perda de tempo, não fora as paisagens fantásticas e um “tasco” onde almoçámos maravilhosamente e desenferrujei o meu pouco italiano (ali nem uma palavra de Inglês)! Além disso foi baratíssimo e o homem ainda nos ofereceu fruta para levar! Já agora, é vulgar encontrar na ilha vendedores de fruta, legumes… bem à beira da estrada e com preços simpáticos, bem como queijos maravilhosos!
Nora para as bandas das ruínas (parque de estacionamento caríssimo, tipo 1,5€/hora):
Pula (conseguimos estacionar sem pagar):
Não me vou alongar mais. A Sardenha foi algo diferente. Não tem, quanto a mim, a beleza das praias de Menorca, mas tem uma vida diferente e uma história extraordinária que merece ser conhecida! Além disso não está ainda muito explorada e para aceder a muitas praias ter um veículo TT daria imenso jeito algo que num Fiat 500 é impensável!
Relembro que as distâncias são mesmo grandes (e nem todas as estradas são boas, mas tem algumas AE e sem portagens), há bastante controlo policial (fomos mandados parar uma vez) e que o custo de vida é algo superior ao nosso (num restaurante, sem exageros, facilmente se pagam 40 ou 50 euros, incluindo a taxa de serviço de cerca de 10%), mas vale bem a visita.
Tudo somado, de 0 a 10 dou um 7! O Norte da ilha pode ser que fique para a próxima, mas esta valeu a pena e enriqueceu a nossa cultura de viajantes! Se tiverem oportunidade é um destino que vale a pena!
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