Mel C
Membro Conhecido
Há dois sítios neste mundo que, assim que os visitei, me fizeram ter a certeza de que iria regressar um dia: Londres e Israel
Israel passou de uma viagem para a qual não fui com grande entusiasmo (o destino escolhido inicialmente era Turquia), para ser um país que deixa uma saudade enorme, e onde me senti logo em casa.
A viagem decorreu de 31 de Maio a 8 de Junho de 2019. Aterrei à meia noite do dia 1 de Junho e parti às 5h do dia 8 de Junho. Mais uma viagem que fiz sozinha e de forma independente, marquei apenas uma tour à cidade palestiniana de Hebron. Um total de 7 dias e 184 kms feitos a pé segundo a app do iPhone!
Gastos (1 pax): 808,46€
Hostels: 148€ (5 noitesAbraham Hostel Jerusalém: 96€ + 2 noites Abraham Hostel Tel Aviv: 52€), pequeno-almoço incluído
Voos: 256€ (Lisboa - Tel Aviv directo com a Tap)
Transporte local: 64,87€
Alimentação: 193,88€
Tour Hebron: 64€
Cartão SIM: 20,23€Souvenirs: 36,15€
Outros: 25,38€
Algumas notas úteis:
- Israel é um país muitoo caro, dificilmente se come por menos de 9€ (e é fast food ou comida de rua). No hostel em Jerusalém havia um rapaz que alugou carro e andava a pôr combustível a 4€/litro!
- O transporte mais comum em Israel é o autocarro, mas as viagens entre algumas cidades são muito extensas e os horários dos autocarros nem sempre são convenientes, o que afecta um pouco a viagem. O facto de os autocarros israelitas não poderem entrar em zonas palestinianas e vice-versa também pode obrigar a alguma ginástica. Os transportes são acessíveis e são pagos com o Ravkard, um cartão recarregável para ser usado nos transportes. Nas zonas urbanas a maioria dos autocarros apenas aceita o Ravkard, não é possível pagar em dinheiro ao motorista.
- Atenção ao shabath que é o dia de descanso judeu, que vai desde o pôr do Sol de 6ª feira ao pôr do Sol de sábado, uma altura em que não se trabalha, não se cozinha, não se usam equipamentos electrónicos, é um dia totalmente dedicado à religião. Nesta altura os transportes públicos param e muitos negócios fecham. Depois do pôr do Sol de sábado muitas lojas e restaurantes reabrem.
- Uber e Lyft não funcionam em Israel, a app que funciona é a Gett Taxi, uma app israelita concorrente das outras duas.
- Jerusalem é uma cidade muito conservadora, onde a maioria da população que vemos na rua são judeus ortodoxos. Convém andarem mais tapados e com roupa modesta por uma questão de respeito, e especialmente se quiserem visitar locais religiosos. No calor torna-se complicado e há quem ande para lá de calções e tshirt, mas acho que é uma questão de sensibilidade cultural.
- Revolut não funciona na maioria dos ATMs em Jerusalem e Tel Aviv, só funcionou nos ATMS do Bank of Israel e Bank of Jerusalem, e ainda assim estes bancos cobraram taxa pelo levantamento de dinheiro. Funcionou em todas as lojas/restaurantes que aceitavam cartão multibanco.
Passei grande parte do meu tempo em Jerusalem com algumas day trips, e depois em Tel Aviv. São locais tão diferentes que às vezes vai parecer que não estamos a falar do mesmo país. Mas isso faz parte do encanto de Israel.
Alta segurança
A segurança israelita é infame e eu já estava à espera de um controlo apertado que começaria no aeroporto de Lisboa. Apesar de o nosso avião estar parado mesmo junto à pista, a porta de embarque ficava na outra ponta do aeroporto, do lado do Prior Velho. O embarque começou com duas horas de antecedência e foi aqui que começaram os procedimentos de segurança, que pelo que vi só se aplicaram a viajantes não-israelitas. Primeiro um segurança faz algumas perguntas (Porque vai a Israel, aonde vai, conhece lá alguém, é a primeira vez que vai, vai com alguma tour), depois repetidas por dois polícias que faziam o inquérito enquanto revistavam as minhas malas e faziam pesquisa de pólvora entre as minhas coisas; eu levava um termo com água e até me pediram que bebesse um gole "desse líquido que tem aí" A pergunta que gerava mais controvérsia era "Vai sozinha??" Tanto os polícias como o segurança pareciam mais chocados por eu ir sozinha para Israel do que preocupados em perceber se eu seria uma terrorista, e quando percebiam que eu ia mesmo sozinha perguntavam "Não tem medo?? Não tem mesmo medo??" e até a polícia que fez a revista corporal me disse "Eu sozinha para este sítio não ia!" Quando contei ao meus amigos da revista ficaram preocupados por mim e a tentar consolar-me, mas eu sinceramente só me ria sozinha!
Isto tudo e para completar, ainda estavam dois polícias mesmo à porta do avião...surreal!
Estava à espera de repetir a dose à chegada ao aeroporto de Tel Aviv, mas aqui foi tudo muito soft. Um funcionário da imigração repetiu as mesmas perguntas que o controlo de segurança em Lisboa, deu-me um cartão azul com o meu "visto", e entrei finalmente em Israel.
Cidade Santa
Aterrei em Israel no shabath e a Jaffa street, uma das principais ruas de Jerusalém, parecia uma cidade fantasma, com todas as lojas, restaurantes e cafés fechados. Dado que Jerusalém tem também uma grande população árabe e cristã, o impacto do shabath nos turistas é menor, e é relativamente fácil encontrar onde comer e fazer compras noutros sítios da cidade. Por isso aproveitei este dia para explorar a Old City, uma zona muralhada onde para além de imenso comércio tradicional, se encontram uma série de marcos religiosos como a Igreja do Santo Sepulcro ou o Muro das Lamentações. A Old City está divididade em quatro quarteirões: o quarteirão muçulmano, o cristão, o judeu e o arménio.
A primeira paragem foi na igreja do Santo Sepulcro, onde se acredita que Jesus foi crucificado e ressuscitou. Esta igreja estava apinhada de pessoas e de grupos de peregrinos; na Pedra da Unção, onde se acredita que o corpo de Jesus foi untado e preparado para ser sepultado, mais do que rezar os crentes ajoelham-se, beijam a pedra, passam os seus rosários na pedra.
Por debaixo desta pedra chamada Edícula acredita-se que está o Santo Sepulcro, a pedra que selou o túmulo de Jesus, e é o local mais sagrado do cristianismo.
Mais imagens da Igreja do Santo Sepulcro.
Alguns cristãos consideram que o local de enterro de Jesus é no Garden Tomb, que fica fora dos muros da cidade velho.
Ainda fora dos muros da Cidade Velha, o sítio onde se encontram as vistas mais espectaulares sobre a cidade é no Monte das Oliveiras, que tem sido usado como um cemitério judeu.
Na subida para o Monte das Oliveiras está a Igreja de Todas as Nações. Acredita-se que o solo onde foi construída foi onde Jesus rezou antes de ser feito prisioneiro.
As vistas do Monte das Oliveiras
Os judeus têm a prática de colocar pedras em cima dos túmulos, para evitar que a alma do defunto "fuja".
Israel passou de uma viagem para a qual não fui com grande entusiasmo (o destino escolhido inicialmente era Turquia), para ser um país que deixa uma saudade enorme, e onde me senti logo em casa.
A viagem decorreu de 31 de Maio a 8 de Junho de 2019. Aterrei à meia noite do dia 1 de Junho e parti às 5h do dia 8 de Junho. Mais uma viagem que fiz sozinha e de forma independente, marquei apenas uma tour à cidade palestiniana de Hebron. Um total de 7 dias e 184 kms feitos a pé segundo a app do iPhone!
Gastos (1 pax): 808,46€
Hostels: 148€ (5 noitesAbraham Hostel Jerusalém: 96€ + 2 noites Abraham Hostel Tel Aviv: 52€), pequeno-almoço incluído
Voos: 256€ (Lisboa - Tel Aviv directo com a Tap)
Transporte local: 64,87€
Alimentação: 193,88€
Tour Hebron: 64€
Cartão SIM: 20,23€Souvenirs: 36,15€
Outros: 25,38€
Algumas notas úteis:
- Israel é um país muitoo caro, dificilmente se come por menos de 9€ (e é fast food ou comida de rua). No hostel em Jerusalém havia um rapaz que alugou carro e andava a pôr combustível a 4€/litro!
- O transporte mais comum em Israel é o autocarro, mas as viagens entre algumas cidades são muito extensas e os horários dos autocarros nem sempre são convenientes, o que afecta um pouco a viagem. O facto de os autocarros israelitas não poderem entrar em zonas palestinianas e vice-versa também pode obrigar a alguma ginástica. Os transportes são acessíveis e são pagos com o Ravkard, um cartão recarregável para ser usado nos transportes. Nas zonas urbanas a maioria dos autocarros apenas aceita o Ravkard, não é possível pagar em dinheiro ao motorista.
- Atenção ao shabath que é o dia de descanso judeu, que vai desde o pôr do Sol de 6ª feira ao pôr do Sol de sábado, uma altura em que não se trabalha, não se cozinha, não se usam equipamentos electrónicos, é um dia totalmente dedicado à religião. Nesta altura os transportes públicos param e muitos negócios fecham. Depois do pôr do Sol de sábado muitas lojas e restaurantes reabrem.
- Uber e Lyft não funcionam em Israel, a app que funciona é a Gett Taxi, uma app israelita concorrente das outras duas.
- Jerusalem é uma cidade muito conservadora, onde a maioria da população que vemos na rua são judeus ortodoxos. Convém andarem mais tapados e com roupa modesta por uma questão de respeito, e especialmente se quiserem visitar locais religiosos. No calor torna-se complicado e há quem ande para lá de calções e tshirt, mas acho que é uma questão de sensibilidade cultural.
- Revolut não funciona na maioria dos ATMs em Jerusalem e Tel Aviv, só funcionou nos ATMS do Bank of Israel e Bank of Jerusalem, e ainda assim estes bancos cobraram taxa pelo levantamento de dinheiro. Funcionou em todas as lojas/restaurantes que aceitavam cartão multibanco.
Passei grande parte do meu tempo em Jerusalem com algumas day trips, e depois em Tel Aviv. São locais tão diferentes que às vezes vai parecer que não estamos a falar do mesmo país. Mas isso faz parte do encanto de Israel.
Alta segurança
A segurança israelita é infame e eu já estava à espera de um controlo apertado que começaria no aeroporto de Lisboa. Apesar de o nosso avião estar parado mesmo junto à pista, a porta de embarque ficava na outra ponta do aeroporto, do lado do Prior Velho. O embarque começou com duas horas de antecedência e foi aqui que começaram os procedimentos de segurança, que pelo que vi só se aplicaram a viajantes não-israelitas. Primeiro um segurança faz algumas perguntas (Porque vai a Israel, aonde vai, conhece lá alguém, é a primeira vez que vai, vai com alguma tour), depois repetidas por dois polícias que faziam o inquérito enquanto revistavam as minhas malas e faziam pesquisa de pólvora entre as minhas coisas; eu levava um termo com água e até me pediram que bebesse um gole "desse líquido que tem aí" A pergunta que gerava mais controvérsia era "Vai sozinha??" Tanto os polícias como o segurança pareciam mais chocados por eu ir sozinha para Israel do que preocupados em perceber se eu seria uma terrorista, e quando percebiam que eu ia mesmo sozinha perguntavam "Não tem medo?? Não tem mesmo medo??" e até a polícia que fez a revista corporal me disse "Eu sozinha para este sítio não ia!" Quando contei ao meus amigos da revista ficaram preocupados por mim e a tentar consolar-me, mas eu sinceramente só me ria sozinha!
Isto tudo e para completar, ainda estavam dois polícias mesmo à porta do avião...surreal!
Estava à espera de repetir a dose à chegada ao aeroporto de Tel Aviv, mas aqui foi tudo muito soft. Um funcionário da imigração repetiu as mesmas perguntas que o controlo de segurança em Lisboa, deu-me um cartão azul com o meu "visto", e entrei finalmente em Israel.
Cidade Santa
Aterrei em Israel no shabath e a Jaffa street, uma das principais ruas de Jerusalém, parecia uma cidade fantasma, com todas as lojas, restaurantes e cafés fechados. Dado que Jerusalém tem também uma grande população árabe e cristã, o impacto do shabath nos turistas é menor, e é relativamente fácil encontrar onde comer e fazer compras noutros sítios da cidade. Por isso aproveitei este dia para explorar a Old City, uma zona muralhada onde para além de imenso comércio tradicional, se encontram uma série de marcos religiosos como a Igreja do Santo Sepulcro ou o Muro das Lamentações. A Old City está divididade em quatro quarteirões: o quarteirão muçulmano, o cristão, o judeu e o arménio.
A primeira paragem foi na igreja do Santo Sepulcro, onde se acredita que Jesus foi crucificado e ressuscitou. Esta igreja estava apinhada de pessoas e de grupos de peregrinos; na Pedra da Unção, onde se acredita que o corpo de Jesus foi untado e preparado para ser sepultado, mais do que rezar os crentes ajoelham-se, beijam a pedra, passam os seus rosários na pedra.
Por debaixo desta pedra chamada Edícula acredita-se que está o Santo Sepulcro, a pedra que selou o túmulo de Jesus, e é o local mais sagrado do cristianismo.
Mais imagens da Igreja do Santo Sepulcro.
Alguns cristãos consideram que o local de enterro de Jesus é no Garden Tomb, que fica fora dos muros da cidade velho.
Ainda fora dos muros da Cidade Velha, o sítio onde se encontram as vistas mais espectaulares sobre a cidade é no Monte das Oliveiras, que tem sido usado como um cemitério judeu.
Na subida para o Monte das Oliveiras está a Igreja de Todas as Nações. Acredita-se que o solo onde foi construída foi onde Jesus rezou antes de ser feito prisioneiro.
As vistas do Monte das Oliveiras
Os judeus têm a prática de colocar pedras em cima dos túmulos, para evitar que a alma do defunto "fuja".
Anexos
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