ÍNDIA
Nova Delhi – Jaipur – Fatehpur Sikri – Agra – Jhansi – Orccha – Kajuraho – Varanasi
Nova Delhi – Jaipur – Fatehpur Sikri – Agra – Jhansi – Orccha – Kajuraho – Varanasi
Este report vai ser especial, tal como a viagem que lhe deu origem. A Índia era um dos sonhos antigos, uma viagem por um motivo ou por outro, por várias vezes adiada… até agora.
O report tem tanto de especial como de difícil. De todos os destinos em que estive nunca senti tanta dificuldade em passar para palavras e fotos a experiência vivênciada, falta muita coisa… faltam os sons, faltam os cheiros, faltam os sabores, falta o espiritualismo de certos lugares, falta tanta coisa…
Não estou a exagerar ao afirmar que só se conseguimos entender e sentir a Índia indo lá, no entanto vou dar o meu melhor para vos passar um pouco desta viagem fantástica..
Durante 10 dias passamos por Nova Delhi, Jaipur, Agra, Jhansi, Orccha, Kajuraho e Varanasi. Muito ficou para ver, mas considero que começamos pelas cidades principais e tenho a certeza que um dia voltarei lá para ver o restante que este pais imenso tem para oferecer.
Antes de começar e como habitualmente deixo alguns dados sobre a logística da viagem.
Logística e Preparação da Viagem
Operador |Após alguma pesquisa e ponderação acabamos por reservar a viagem através de um operador, acabou por ser uma decisão acertada uma vez que acaba por ser mais seguro, embora tenha achado a generalidade das cidades visitadas bastante seguras.
Tendo as visitas já programadas acabamos por rentabilizar muito mais o tempo, o que foi essencial no nosso caso em que só dispúnhamos de 10 dias de viagem. A escolha recaiu na ITravel, e devo dizer que fiquei cliente, a experiência foi excelente.
O Operador local foi a SITA e mais uma vez nada a apontar, a viagem decorreu sem qualquer falha e todos os guias, motoristas e representantes foram inexcedíveis.
Voos |Os voos foram marcados pela Lufthansa com partida do Porto e escala em Frankfurt, as restantes opções implicariam mais um voo para Lisboa, acrescendo assim mais uma escala de uma viagem já de si cansativa.
Visto |Tratamos do ETV visa pela internet cerca de duas semanas antes da viagem, foi um processo rápido e simples, podem ver detalhes neste tópico.
Dinheiro |Trocamos em poucas quantidades à chegada e basicamente para as despesas mais pequenas. As despesas maiores optamos por pagar com cartão o que se revelou melhor opção a nível de taxa de cambio. Convém ter em atenção que alguns comerciantes querem converter logo o valor aplicando uma taxa de 4 a 4,5%. Neste caso devem dizer que pretendem pagar em rupias e a taxa de conversão é aplicada pelo vosso banco, sendo neste caso a taxa cobrada é muito inferior aos 4,5%.
Não aconselho a trocar dinheiro em Portugal, das opções que vi, a maior parte dos bancos não trabalha com rupias e as casas de câmbio aplicavam uma taxa muito desfavorável, até no aeroporto de Nova Delhi se arranja uma taxa superior.
Troquem apenas o necessário no aeroporto para as primeiras despesas pois encontram-se melhores alternativas na cidade.
Enquadramento feito, vamos começar a viagem
A viagem
Começou bem cedo, com a partida no voo da Luthansa saindo do porto às 6:45, voo calmo e chegada a Frankfurt a tempo de tomar o pequeno almoço e dar uma volta pelo aeroporto, tínhamos 3 horas de espera até à partida para Nova Delhi que passaram muito rapidamente pois o aeroporto é bastante grande e tivemos de mudar de terminal.
À chegada à porta de embarque o A380 da Lufthansa já estava à nossa espera, a estreia neste avião foi um dos pontos que pesou bastante na escolha desta companhia.
Se voarem neste avião façam o check-in online cedo, no piso superior existem 4 filas de dois lugares ao invés das normais filas de 3 lugares, bastante mais confortável. Assim tratamos de fazer o check-in cedinho e fizemos a viagem no deck superior (no regresso já não tivemos a mesma sorte)
Na descolagem, vista das câmeras exteriores, disponíveis durante todo o voo
A avaliação da Lufthansa e do A380 é bastante positiva, os lugares são confortáveis apesar de não serem muito espaçosos e existe internet (paga mas por um valor razoável) disponível durante todo o voo.
Cerca de 8 horas depois de levantarmos voo de Frankfurt aterrávamos no aeroporto Indira Ghandi.
Nova Delhi
A capital da Índia, é uma enorme metrópole com 42,7 km² que albergam mais de 16 milhões de habitantes, considerando a zona conhecida por "Região da capital" este número sobe para mais de 25 milhões de Habitantes tornando-a a segunda cidade mais populosa do mundo.
A cidade é bastante antiga, data do sec. 6 A.C., outrora capital do Império Mongol, perdeu o estatuto de capital para Calcutá, a capital da Índia Britânica.
Com a Independência do país em 1947, Nova Delhi cidade construída a sul da cidade antiga de Delhi passa a receber novamente o estatuto de capital.
É uma cidade enorme, repleta de lugares históricos impressionantes, templos e uma diversidade cultural única. Obviamente que dada a sua dimensão é uma cidade caótica com um transito imenso e muita agitação de dia e de noite.
Depois de passar pelo controlo de passaportes para o ETV seguimos para a recolha da bagagem, aqui é possível trocar dinheiro e aproveitei para trocar uma pequena quantidade para as despesas mais imediatas. Não é recomendável trocar muito dinheiro uma vez que apesar de o cambio ser consideravelmente melhor do que em Portugal facilmente se encontram melhores taxas na cidade.
Quando saímos o representante da operadora já nos aguardava, assim que saímos para o exterior do aeroporto fomos acolhidos por um bafo quente, deveriam estar mais de 30º e muita humidade.
Percorremos o caminho para o parque de estacionamento e vimos largas dezenas de pessoas sentadas ou deitadas, uma vez que àquela hora já não havia metro esperavam pelo início do mesmo na manhã seguinte, um hábito normal para os indianos.
Depois de uma viagem de 40 minutos atribulada para os padrões europeus, no entanto como veríamos nos dias seguintes, muito calma para o caótico transito Indiano chegamos ao primeiro hotel (e o melhor de toda a viagem), The Leela Ambience Convention Hotel, Delhi
Quarto espaçoso, restaurantes excelentes e atendimento de topo, este hotel foi uma excelente escolha, os corredores estavam sempre perfumados com os óleos típicos. fantástico.
Uma nota, em todos os hotéis por onde passamos as medidas de segurança são bastante apertadas, é normal o carro ser revistado à entrada, sendo aberto o capot e porta-bagagens para detectar engenhos explosivos. À entrada é também necessário passar as bagagens por um controle de raio x.
Começamos a visita por Old Delhi, a parte mais antiga da cidade construída por muçulmanos, aqui predominam as ruas estreitas e vielas e o cenário é o do mais desorganizado possível para os padrões europeus.
Jama Masjid
Localizada no coração da cidade velha de Delhi, Jama Masjid é a principal e maior mesquita da Índia. Foi construída em 1656 por ordem do Imperador Mongol Shah Jahan, o mesmo que mandou erger o Taj Mahal.
Esta mesquita guarda relíquias importantes para os Muçulmanos como uma antiga copia do Alcorão escrito em pele de alce.
O pátio quase vazio que podemos ver nestas fotos é capaz de acomodar 225 mil peregrinos nas celebrações.
Como em todas as mesquitas é necessário tirar os sapatos para entrar, as mulheres devem cobrir os ombros e pernas. Os homens caso estejam de calções tem também de se cobrir. A mesquita fornece gratuitamente capas para este efeito.
À entrada existem também vários guias que fazem o tour, no nosso caso o guia local estava incluído. Caso pretendam tirar fotografias têm de pagar uma taxa de 100 Rupias.
Velha Delhite
Mesmo em frente à mesquita fica o coração da cidade velha Delhi, aqui é impreterível fazer a visita de Riquexó pela cidade.
Preparem-se para a aventura, aqui o caos é total, nas ruas mais apertadas o transito flui como pode, mas de uma ou de outra forma as coisas vão-se processando sem acidentes.
Nesta visita podemos observar o quotidiano das pessoas que habitam a cidade velha, aqui existem muitas lojas e restaurantes de comida de rua para os mais aventureiros.
É uma viagem para os sentidos onde os cheiros e os barulhos da cidade nos invadem rapidamente e as imagens surgem de todos os lados, foi sem dúvida o primeiro dos (muitos) momentos altos da viagem.