EGIPTO
Ciruito Nilo e Alexandria - Cairo - Alexandria - Luxor - Aswan - Abu Simbel
Eis que chega finalmente o dia 06 de Setembro de 2010Ciruito Nilo e Alexandria - Cairo - Alexandria - Luxor - Aswan - Abu Simbel
O destino para este ano estava traçado desde muito cedo -Egipto- depois de muitas consultas para escolher o melhor plano e dada a limitação no tempo da viagem, que teria de ser forçosamente uma semana, a escolha recaiu sobre o programa Nilo e Alexandria, que incluía 4 noites no cruzeiro do Nilo desde Luxor até Assuão e 3 noites no Cairo, com um dia de visita a Alexandria.
O Operador Escolhido foi a Image Tours, o programa base incluía já a maior parte das visitas, mas optamos por adicionar ainda a visita aos Templos de Abu Simbel (imperdíveis!), a noite na cidade de Assuão e o dia completo no Cairo e a noite Cairota, sobre estas visitas falarei mais à frente, agora, iniciemos a visita à terra dos faraós…
O Avião, SU-GDD, com menos de um ano de serviço apresentava uma taxa de ocupação de cerca de 80%, pelo que tivemos a sorte de ter um lugar livre ao nosso lado o que nos permitiu algum espaço extra.
Levantamos voo cerca das 15:00, com um atraso de 15 minutos em relação à hora prevista. A bordo foram distribuídos auscultadores para assistir a um filme.
Uma hora depois de levantarmos voo foi servido o almoço, até aterrarmos foram ainda servidas bebidas, sem dúvida um bom serviço a bordo, com uma tripulação bastante simpática e acessível, a Egyptair está aprovada.
Lá fora o sol punha-se, estávamos perto do Cairo, por volta das 21:00 Locais (mais uma hora do que em Portugal) aterramos no Aeroporto internacional do Cairo.
A primeira impressão quando aterramos no Cairo é a de que o aeroporto é enorme, depois de aterrarmos, percorremos uma enorme distância até descermos para apanhar o autocarro que nos levaria ao terminal.
Chegando ao terminal temos o primeiro contacto com o povo Egípcio, esperava alguma desorganização confesso, mas a verdade é que a desorganização era bem maior do que estava à espera!
O nosso voo para Luxor estava previsto para as 22:30, pelo que nos dirigimos para o balcão dos voos domésticos, ninguém parecia saber muito bem onde podíamos pedir os cartões de embarque pelo que fomos sendo reencaminhados de balcão para balcão, até que finalmente nos emitiram os cartões de embarque.
Passamos depois pelo controle dos passaportes e dirigimo-nos para a porta de embarque. O Inglês dos empregados do aeroporto era no geral muito mau, o que em muito dificultou a comunicação.
Já depois de passarmos pelo controlo de raio x e de verificarem o cartão de embarque, a hora do voo aproximava-se e nada de movimentações para o embarque, até que fizeram um comunicado, primeiro em árabe, depois num inglês imperceptível, anunciando a mudança de porta de embarque.
Corremos para a nova porta de embarque, onde nos informaram que o voo estaria 2 horas atrasado, apontando a 0:40 como hora prevista, colocaram várias embalagens com bebidas com gás e água a disposição dos passageiros.
Embarcamos finalmente e por volta da 1:00 descolávamos para um curto voo em direcção a luxor, menos de uma hora de voo, no qual nos foi servido café e bebidas. Pelas 2:00 estávamos já na recolha da bagagem, cansados e à espera de irmos directos para o barco dormir, mas aquela noite ainda nos reservava mais uma surpresa. Várias bagagens chegaram danificadas e com sinais de que tinham sido violadas, de imediato informamos o representante da Imagetours que desejávamos fazer uma reclamação, pelo que perdemos cerca de uma hora (no total foram mais de 10 malas danificadas) a preencher o formulário de reclamação para remeter à companhia de seguros.
No meu caso posso dizer a resolução foi bastante rápida, quando cheguei a Portugal remeti o formulário para a companhia de seguros, que apenas me pediu por e-mail fotos da mala danificada, após o envio apenas tive de devolver documentação assinada e em 2 dias tive o valor da mala transferido para a minha conta, rápido e simples.
Finalmente seguimos para o transfer que nos levaria ao barco, após cerca de meia hora em mini autocarro chegamos ao M/S Orchestra após o check in e da entrega do passaporte (que ficou guardado no cofre da recepção durante toda a estadia) chegamos por fim ao nosso quarto, devido ao adiantado da hora (já passava das 3:00) o Jantar, sandes e fruta, foi servido no quarto.
Terminava assim o primeiro dia, algo atribulado, no dia seguinte as visitas iniciavam-se às 6:00, pelo que tínhamos apenas 2 horas para dormir! Bem-vindos ao Egipto!
Dia 02 Luxor-Edfu
O segundo dia de viagem, iniciava-se em Luxor, situada a 670 Km a sul do Cairo, cresceu a partir das ruínas da cidade tebas, antiga capital do Império novo durante os anos de 1550-1069 a.C. A sua riqueza, tanto arquitectónica como cultural, fazem dela a cidade mais monumental das que albergam vestígios da antiga civilização egípcia.
O Nilo separa Luxor em duas partes: a margem oriental, outrora consagrada aos vivos, onde encontramos os vestígios dos mais importantes templos consagrados aos deuses da mitologia egípcia, e a margem ocidental, consagrada aos mortos, onde se localizam algumas das mais importantes necrópoles do antigo Egipto (vale dos reis e vale das rainhas)
Às 5:00 em ponto o telefone tocou, o recepcionista disse-nos bom dia e desligou. Com um dia de viagem e pouco mais de uma hora de sono tomamos o pequeno-almoço e rumamos à descoberta da cidade de luxor, às 6:00 da manhã a temperatura era já próxima dos 30º.
Templo de luxor
O Templo de luxor é um grande templo dedicado ao deus criador Amon, muitas vezes invocado em conjunto com o deus Sol Rá como Amon-Rá.
A sua construção iniciou-se durante o reinado de Amenhotep III, no sec. 14 AC, tendo sofrido alterações posteriores por Tutankhamon que adicionou colunas estátuas e frisos. Akhenaton instalou aqui um santuário para Aton.
O templo foi expandido por Ramsés II, cerca de 100 anos após a sua construção, tornando-se único entre os principais templos egípcios uma vez que apenas 2 faraós foram responsáveis pela sua estrutura arquitectónica.
Durante a conquista árabe o templo de luxor ficou enterrado debaixo do lodo acumulado do rio Nilo, tendo sito construída a mesquita de Abu Haggag em cima deste.
A entrada do templo fica a norte, de onde se inicia a Via-sacra (ou avenida das esfinges) que liga o templo de Luxor ao Templo de Karnak numa distância de cerca de 2,5 Km, parte desta avenida ainda se encontra enterrada.
O templo propriamente dito começa com a fachada constituída por seis estátuas colossais de Ramsés, quatro sentados e duas de pé, hoje em dia apenas duas estátuas sobreviveram ao passar dos tempos.
Um obelisco de 24 metros de altura, decorado com cenas e triunfos militares de Ramsés II esta ainda bem conservado, o templo tinha originalmente dois obeliscos, o segundo está actualmente em Paris no centro da Praça da Concórdia, oferecido pelo Egipto em reconhecimento ao Francês Champollion, primeiro tradutor de hieróglifos.
Após a entrada, existe um pátio também construído por Ramsés II, esta área foi não está alinhada com a entrada, por forma a manter os três santuários barca pré-existente, localizado no canto noroeste do templo
Após o pátio surge um corredor de 100 metros, ladeada por 14 colunas de papiro, construídas por Amenhotep III, estas colunas foram terminadas por Tutankhamun, uma das suas poucas obras de construção enquanto rei. Frisos na parede descrevem as etapas do Festival de Opet e sacrifícios em Karnak. No final do tempo, ficava localizado o santuário de Amon e o santuário do nascimento de Amenhotep III.
Templo de KarnaK
A segunda visita do dia, o Templo de Karnak localiza-se a cerca de 4 km de distância, este templo, tal como o templo de Luxor está também de dedicado ao Deus Amon-Rá. Desde o inicio da sua construção até à sua conclusão, passaram mais de 1800 anos, Foi iniciado por volta de 2200 a.C. e terminado por volta de 360 a.C.
Na avenida que antecede a imponente entrada do Templo são visíveis várias estátuas de Carneiro, representação comum de Amun-rá.
O Templo de Karnak era o principal local de culto aos deuses de Tebas, entre os quais: Amon, Mut e Khonsu, atingiu o seu apogeu durante a XVIII dinastia, após a eleição de Tebas para capital do Egipto. No maior templo do Egipto nenhum pormenor era descurado, e durante a XIX dinastia trabalharam no templo cerca de 80 000 pessoas.
O templo esteve submerso nas areias egípcias durante mais de 1000 anos, antes dos trabalhos de escavação começarem em meados do séc. XVIII, a enorme tarefa de restauro e conservação continua até aos nossos dias.
Grande parte da construção foi realizada pelos Faraos Seti I e Ramses II, incluindo o magnifico Salão Hypostyle, constituído por 134 colossais colunas em forma de enormes papiros. Com 21 metros de altura e 4 metros diâmetro de 4m, são precisas mais de 6 pessoas para contorna-las, contêm varias inscrições com os Nomes dos Faraós Seti I e Ramsés II.
Dentro do Templo, existe um Lago Sagrado, cuja água era usada pelos sacerdotes do templo num ritual de purificação.
Junto ao Lago sagrado existe uma estátua de granito em forma de escaravelho de granito, símbolo de Amun, o deus-sol. Existem várias estátuas destas por todo o Egipto, no entanto esta é a maior, segundo a lenda, devem ser feitos pedidos a Amun, dando 7 voltas completas à estátua.
A assinalar ainda o obelisco de Hatshepsut, a única mulher que governou o Egipto como faraó, este obelisco de 380 toneladas foi trazido de Ausão, 120 Km a sul de Luxor, um dos obeliscos está caído, provavelmente devido a um terramoto.
O Templo de Karnak é de facto único, com uma área total de 60.000 metros quadrados, reúne no seu interior vários templos e contem construções de diversas Dinastias, d2 horas não são suficientes para apreciar em toda a sua plenitude esta obra-prima do antigo Egipto, mas o dia ainda mal estava a começar e muito mais nos esperava na cidade de Luxor.
Vale dos Reis
Saímos do Templo de Karnak em direcção à margem ocidental do Nilo, ao atravessarmos o Nilo entramos na parte consagrada aos mortos, a paisagem muda bruscamente, o verde da margem oriental dá lugar às rochas, a paisagem torna-se progressivamente mais árida e desértica.
O Vale dos Reis é um grande complexo funerário, onde foram construídas os túmulos reais dos Faraós durante os séculos 16 a 11 AC, esta foi uma das minhas visitas preferidas em todo o Egipto.
A escolha desta localização deve-se ao facto de ser um deserto rochoso, onde não existem pessoas ou animais na proximidade, facto que levaria a uma maior segurança para proteger os túmulos de saqueadores.
Actualmente foram descobertos 63 túmulos, cada um é designado por KV e um número, onde KV significa Kings Valley e o número corresponde ao número de ordem da descoberta.
Este tipo de túmulo é posterior à construção das Pirâmides, uma vez que as mesmas chamavam muito a atenção dos saqueadores, pelas suas dimensões, os faraós decidiram construir os seus túmulos escavando uma galeria que varia consoante a importância do seu dono, existem túmulos com mais de 120 câmaras como é o caso do Tumulo de Ramsés II.
Aqui infelizmente as fotografias não são permitidas, pelo que as máquinas tiveram de ficar na camioneta. Dos 63 túmulos existentes, apenas 18 estão abertos ao público, sendo que raramente estes 18 são abertos em simultâneo, uma vez que decorrem obras de restauro e conservação.
O bilhete de entrada dá direito à visita de 3 túmulos, sendo permitida a compra de visitas adicionais, o Templo de Tutankhamun, têm uma entrada distinta que terá de ser adquirida adicionalmente.
Este tumulo tem uma grande procura, uma vez que foi o único a ser descoberto intacto, com todo o seu espólio no interior, todos os outros túmulos tinham já sido saqueados aquando da sua descoberta. Actualmente todo o conteúdo está no museu do cairo, numa ala dedicada a Tutankhamun, mas a múmia do faraó ainda descansa no vale dos Reis.
OS Guias não são permitidos dentro dos Túmulos, pelo que as explicações são prestadas no exterior, de seguida temos tempo livre para escolher as nossas visitas.
As filas são extensas e o calor é difícil de suportar dentro de alguns túmulos, no entanto garanto que a visita vale o esforço, no meu as escolhas foram o KV11 (Ramsés III), KV16 (Ramsés I) e KV6 (Ramsés IX).
Aproximava-nos já da hora do almoço e o calor começava a ficar insuportável, partimos em direcção ao templo de Hatshepsut.