Kiev
Estive em Kiev duas vezes, uma em junho de 2016, apenas 2 anos após a revolução que derrubou o presidente pró-russo Yanukovich, e em abril de 2019, no fim de semana de Páscoa, em que decorreram as últimas eleições presidenciais que elegeram o actor cómico Zelensky. Este report é uma mistura dessas duas viagens a uma das mais magníficas cidades onde já estive.
O actual conflito com a Rússia pelo Donbass e pela Crimeia é apenas o mais recente episódio da atribulada História recente ucraniana. Nos últimos 100 anos houve pelo menos dois episódios de assassinato em massa (definido por alguns como genocídio), duas declarações de independência, duas ocupações russas intervaladas pela ocupação nazi durante a II Guerra Mundial que afectou fortemente Kiev, o maior acidente nuclear do Século XX, entre vários outros episódios.
Percorrer a cidade de Kiev é também percorrer um pouco desta História. Mas não só, Kiev surpreendeu-me pela positiva em vários aspectos. É uma cidade imponente e muito bem conservada. As ruas têm grande animação, cheias de artistas de rua, pessoas a confraternizar, fazendo lembrar as cidades espanholas ao fim do dia. A cidade é bastante organizada e limpa com vários espaços verdes bem tratados. Para um turista a quantidade de Museus, Mosteiros, Igrejas, parques e edifícios interessantes permitem passar três dias bem entretidos nesta cidade.
Tudo isto numa cidade com cerca de 2,7 milhões de habitantes que vivem essencialmente em bairros nos limites da cidade, cheios de prédios de enorme volumetria, mas sempre com bom aspecto. A margem esquerda do rio Dnieper, que atravessa Kiev, é dominada pela construção em altura.
O centro da cidade e a zona turística é enorme, o que parece ser apenas dois quarteirões (e são de facto dois) pode medir quase 1 km. Apesar disso, os percursos no centro da cidade fazem-se bem a pé (para quem tem boa preparação física – há várias colinas e como já referi as distâncias são longas), uma vez que garantidamente se passa por algo interessante, seja um edifício, um parque, etc. Mas por vezes é preciso atalhar caminho e apanhar o Metro, mas sempre evitando a hora de ponta, onde se viaja “como sardinha em lata”.
Relativamente à insegurança, seja a criminalidade comum, seja a instabilidade política, não se fizeram minimamente notar durante a minha estadia (não quer dizer que seja sempre assim). Pelo contrário, nada em Kiev aparenta que o país está em guerra civil, e apenas as várias homenagens espalhadas pela cidade aos mortos durante a revolução de 2014 nos lembram que esta de facto ocorreu.
Apenas na zona da estação de comboio vi alguma mendigagem, e é preciso ter cuidado na praça Maidan, uma vez que há muito oportunista a tentar “chular” o turista, seja para pedir dinheiro para as crianças do Donbass, ou para os hospitais de campanha, ou para tirar fotos com dois pombos na mão ou ao lado da Minie.
Em 2016 aterrei no aeroporto de Borispyl, o maior da cidade, mas também o mais afastado do centro. A viagem para o centro faz-se de autocarro da SkyBus (60 hryvnias=2.2 euros) até à estação principal de Kiev. A viagem é longa, mais de uma hora, uma vez que apanhei algum trânsito devido a um acidente e a obras na estrada:
Logo nesta viagem nota-se a ampla zona residencial, com prédios enormes, na margem esquerda do Dnieper:
Em 2019 já havia ligação de comboio, mais confortável, que eu apanhei para sair da cidade. À ida voei directamente de Lisboa para o aeroporto de Zhulyani, muito mais central e de onde se apanham vários autocarros suburbanos para o centro da cidade.
Da estação até aos apartamentos onde fiquei (tanto em 2016 como em 2019 estavam situados junto à Praça Maidan), apanho a linha vermelha do Metro. Compro 5 tokens (moedas de plástico que abrem os torniquetes de entrada na estação) por 20 hryvnias (4 hryvnias por cada viagem, cerca de 0,13 euros por viagem!!!).
A Estação de comboio de Kiev:
Em Kiev há um forte apoio ao estreitar de relações com a UE. Há várias bandeiras da UE espalhadas pela cidade:
A primeira paragem que faço é na Praça Maidan, ponto central da revolução laranja de 2004 e no EuroMaidan de 2014:
Fotos de 2014:
A praça Maidan no dia das eleições de 2019, minutos antes da divulgação das sondagens à bica das urnas. Movimento normalíssimo, durante todo o dia nem se notava que estavam a decorrer eleições.
Várias homenagens aos mortos na revolução de 2014, quase todos durante o mês de fevereiro, devido a disparos de snipers instalados no topo dos prédios:
Estive em Kiev duas vezes, uma em junho de 2016, apenas 2 anos após a revolução que derrubou o presidente pró-russo Yanukovich, e em abril de 2019, no fim de semana de Páscoa, em que decorreram as últimas eleições presidenciais que elegeram o actor cómico Zelensky. Este report é uma mistura dessas duas viagens a uma das mais magníficas cidades onde já estive.
O actual conflito com a Rússia pelo Donbass e pela Crimeia é apenas o mais recente episódio da atribulada História recente ucraniana. Nos últimos 100 anos houve pelo menos dois episódios de assassinato em massa (definido por alguns como genocídio), duas declarações de independência, duas ocupações russas intervaladas pela ocupação nazi durante a II Guerra Mundial que afectou fortemente Kiev, o maior acidente nuclear do Século XX, entre vários outros episódios.
Percorrer a cidade de Kiev é também percorrer um pouco desta História. Mas não só, Kiev surpreendeu-me pela positiva em vários aspectos. É uma cidade imponente e muito bem conservada. As ruas têm grande animação, cheias de artistas de rua, pessoas a confraternizar, fazendo lembrar as cidades espanholas ao fim do dia. A cidade é bastante organizada e limpa com vários espaços verdes bem tratados. Para um turista a quantidade de Museus, Mosteiros, Igrejas, parques e edifícios interessantes permitem passar três dias bem entretidos nesta cidade.
Tudo isto numa cidade com cerca de 2,7 milhões de habitantes que vivem essencialmente em bairros nos limites da cidade, cheios de prédios de enorme volumetria, mas sempre com bom aspecto. A margem esquerda do rio Dnieper, que atravessa Kiev, é dominada pela construção em altura.
O centro da cidade e a zona turística é enorme, o que parece ser apenas dois quarteirões (e são de facto dois) pode medir quase 1 km. Apesar disso, os percursos no centro da cidade fazem-se bem a pé (para quem tem boa preparação física – há várias colinas e como já referi as distâncias são longas), uma vez que garantidamente se passa por algo interessante, seja um edifício, um parque, etc. Mas por vezes é preciso atalhar caminho e apanhar o Metro, mas sempre evitando a hora de ponta, onde se viaja “como sardinha em lata”.
Relativamente à insegurança, seja a criminalidade comum, seja a instabilidade política, não se fizeram minimamente notar durante a minha estadia (não quer dizer que seja sempre assim). Pelo contrário, nada em Kiev aparenta que o país está em guerra civil, e apenas as várias homenagens espalhadas pela cidade aos mortos durante a revolução de 2014 nos lembram que esta de facto ocorreu.
Apenas na zona da estação de comboio vi alguma mendigagem, e é preciso ter cuidado na praça Maidan, uma vez que há muito oportunista a tentar “chular” o turista, seja para pedir dinheiro para as crianças do Donbass, ou para os hospitais de campanha, ou para tirar fotos com dois pombos na mão ou ao lado da Minie.
Em 2016 aterrei no aeroporto de Borispyl, o maior da cidade, mas também o mais afastado do centro. A viagem para o centro faz-se de autocarro da SkyBus (60 hryvnias=2.2 euros) até à estação principal de Kiev. A viagem é longa, mais de uma hora, uma vez que apanhei algum trânsito devido a um acidente e a obras na estrada:
Logo nesta viagem nota-se a ampla zona residencial, com prédios enormes, na margem esquerda do Dnieper:
Em 2019 já havia ligação de comboio, mais confortável, que eu apanhei para sair da cidade. À ida voei directamente de Lisboa para o aeroporto de Zhulyani, muito mais central e de onde se apanham vários autocarros suburbanos para o centro da cidade.
Da estação até aos apartamentos onde fiquei (tanto em 2016 como em 2019 estavam situados junto à Praça Maidan), apanho a linha vermelha do Metro. Compro 5 tokens (moedas de plástico que abrem os torniquetes de entrada na estação) por 20 hryvnias (4 hryvnias por cada viagem, cerca de 0,13 euros por viagem!!!).
A Estação de comboio de Kiev:
Em Kiev há um forte apoio ao estreitar de relações com a UE. Há várias bandeiras da UE espalhadas pela cidade:
A primeira paragem que faço é na Praça Maidan, ponto central da revolução laranja de 2004 e no EuroMaidan de 2014:
Fotos de 2014:
A praça Maidan no dia das eleições de 2019, minutos antes da divulgação das sondagens à bica das urnas. Movimento normalíssimo, durante todo o dia nem se notava que estavam a decorrer eleições.
Várias homenagens aos mortos na revolução de 2014, quase todos durante o mês de fevereiro, devido a disparos de snipers instalados no topo dos prédios: