Como clinico especialista em medicina tropical só lhe posso alertar que o sem qualquer profilaxia contra o paludismo independentemente do tempo de permanencia, o risco é elevado, mesmo tomando algumas medidas não medicamentosas. Nem todos os repelntes sao os correctos para determinados vectores, nem a profilaxia ´a mesma para a Tailandia relativamente a Moçambique. Como bem disse impera o bom senso mas a decisão da prescrição caberá a quem de direito, a decisão de tomar ou não a medicação fica ao risco e critério de cada um. Vou-lhe contar um facto, este Natal recebi 2 rapazes jovens na urgência com um quadro compativel com gripe, que não se resolveu em poucos dias pelo contrário havia piorado imenso, resumindo a história, tinham estado em negócios em Angola por 3 dias, daí toda a história fez sentido e estavam ambos com malária em estado bem grave, foi um problema safa-los das consequencias. Só quero dizer que a malária mata, mais do que todas as outras doenças, nunca se esqueçam disso.
Boas Viagens
Olá
Antes de mais, muito obrigado pelos esclarecimentos. É sempre bom que sejam prestados por quem sabe.
É uma situação recorrente neste Portal (e em todos os portais de viagens), confusões entre profilaxia e vacinação, a dúvida entre fazer ou não fazer... Quais os repelentes adequados, etc etc.
Mesmo no IMT surge a dúvida, o ano passado fui à consulta do viajante com 4 pessoas. A mim recomendaram a profiláxia porque iamos ao Sri Lanka, ao outro casal que nos acompanhou, não recomendaram.
Acabei por confirmar que por exemplo no sri lanka apenas existe risco de malária aceitável da zona de yala (passei lá um dia e uma noite)optei por não fazer a profiláxia e, com o tal bom senso, usar repelente adequado em todas as partes expostas e susceptiveis de picadelas, verificar bem as redes mosquiteiras,tapar bem o corpo ao nascer do e pôr do sol. Por um dia aceito o risco. Por uma permanencia maior já não o faria. Também no ano passado estive em S. Tomé e apesar de me garantirem que a malária já "quase" não existia na ilha, nem sequer ponderei não fazer a profiláxia.
É a este tipo de "bom senso" que me refiro. Mas como disse e muito bem a prescrição cabe aos médicos e a decisão de fazer ou não fazer, a quem corre os riscos.
Como fórum, tudo o que aqui se escreve deve ser considerado como uma opinião, nunca como a verdade absoluta. Apesar de já ter viajado diversas vezes por zonas de risco, fico sempre na dúvida se devo ou não dar opiniões porque o desconhecimento sobre o que fazer é enorme. Vejo crianças a fazer profiláxia porque vão para a tunisia, ou pessoas que passam 15 dias no Quénia e não a fazem...
Outra situação, também recorrente é falar em paises ou zonas de contágio. O caso da india é flagrante. Alguns sites americanos referem a india como zona de risco, os ingleses definem claramente quais as zonas de contágio e mesmo dentro de algumas dessas zonas apenas apontam as regiões rurais, excluindo as cidades. A india tem uns milhares de kilómetros de comprimento e altitudes que vão dos 0 aos 6.000 metros... zonas áridas e zonas tropicais...
É válido falar-se na india como um todo? É de evitar a profiláxia se não for mesmo necessaria? Como se devem utilizar os repelentes para maximizarem o efeito? etc. etc.
Se puder ajudar, mesmo criando um tópico sobre o assunto, ficariamos todos agradecidos, porque todas as questões seriam encaminhadas para esse tópico ( como questões ou como resposta às questões) talvez assim se acabasse com os "médicos de algibeira" (nos quais me incluo). Porque é uma situação demasiado séria para ser respondida por quem não sabe ou sabe pouco.
Uma vez mais obrigado pela participação e pelos esclarecimentos.